Sabidamente a maior e mais ativa economia do mundo, os Estados Unidos contam com cerca de 6000 empresas listadas nas bolsas NYSE (New York Stock Exchange) e NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations). Ambas localizadas em Nova York, sendo a primeira a que reúne as empresas dos setores mais tradicionais, como o de alimentos e bebidas, varejo, aviação e financeiro, e a segunda a que concentra empresas do segmento de tecnologia e inovação, como Google/Alphabet, Nvidia e Microsoft. Apenas o grupo formado pelas maiores empresas de tecnologia do mundo, chamado de “sete magníficas”, com Alphabet, Nvidia, Microsoft, Amazon, Tesla, Meta e Apple soma um valor de mercado em 2024 mais de 3 vezes maior do que o PIB brasileiro. Sim, um punhado de empresas, entre as mais influentes do mundo, das quais praticamente todos nós somos usuários de algum de seus serviços, valem mais do que tudo o que o Brasil produz.
E esses são apenas alguns exemplos da força representada pelo mercado americano, uma vez que outras gigantes como Coca-Cola, Pepsico, FedEx, General Motors, Johnson&Johnson e Oracle também tiveram origem nos Estados Unidos, impactam nossas vidas diariamente e têm suas ações negociadas na bolsa de Nova York.
Enquanto a instabilidade que reina no Brasil nos força a investir em renda fixa, como forma de proteção às mudanças impostas por governos e, mais recentemente, pelo judiciário, nos Estados Unidos o investidor médio tem condições ideais para o investimento nas empresas de capital aberto. O país conta com mais de 5000 empresas listadas em bolsa - em quantidade, isso é mais de 10 vezes o nosso mercado. Em volume de investimento, no entanto, a diferença é ainda maior: enquanto a B3 tem uma média de US$ 4 Bi diários, somadas, NYSE E NASDAQ chegam a cerca de US$ 60 Bi diários. E nem incluímos aqui a Bolsa de Chicago (CME Group), especializada em commodities. Um mercado com tamanho vigor oferece inúmeras oportunidades, com muito mais segurança do que o ambiente que encontramos no Brasil.
Mas as oportunidades não se restringem a renda variável, da qual o investimento em ações / bolsa é a modalidade mais conhecida. Sim, as grandes oportunidades de ganho de capital em geral encontram-se no mercado de ações, especialmente na valorização de empresas. Um mercado menos regulado, mais aberto, regido por meritocracia e competência, oferece um maior potencial de ganhos. Nos últimos 15 anos o S&P500, principal índice de investimentos do mundo, que concentra os resultados das 500 maiores empresas americanas, tem crescido em média 10% ao ano - na moeda mais utilizada no mundo. Ou seja, quem investe em um ETF atrelado a esse índice, ganhou, em dólar, 10% ao ano, mais a valorização da moeda frente ao Real.
Ainda que esses dados sejam animadores, sabemos que investidores mais conservadores sentem-se desconfortáveis com a renda variável, por diversos motivos. Mas assim como no Brasil, os EUA contam com opções como fundos de investimento, ETFs, FIIs e títulos de renda fixa. Em muito maior volume e diversificação do que encontramos no nosso mercado. Por exemplo, podemos investir em um ETF de tecnologia, de semicondutores, de ouro, ou de diversos outros setores que no Brasil são inexistentes ou irrelevantes - com a vantagem de contar com a análise e gestão de profissionais altamente capacitados, que conhecem a fundo o mercado e as empresas investidas. Na renda fixa encontramos desde os títulos mais seguros do mundo, emitidos pelo governo americano, até os de empresas privadas como a Amazon.
Mas afinal, devemos investir nos Estados Unidos como oportunidade ou estratégia? Bem, em um mercado com as condições descritas, com tamanha potência, ambas as modalidades são válidas e devem ser mantidas. Investir nos Estados Unidos é e sempre será estratégico, do ponto de vista de que se trata de uma diversificação necessária em nossa carteira, para proteger nosso patrimônio e participar de mercados que não temos representados por aqui; ao mesmo tempo trata-se de uma oportunidade de potencializar ganhos em momentos específicos, sejam de curto prazo e focados em um segmento ou companhia específico, seja por um momento de mercado.
Não podemos finalizar sem dizer, no entanto, que uma orientação profissional qualificada é essencial na decisão de investimentos, pois mesmo os investimentos mais conservadores e seguros poderão oferecer riscos se determinados fatores não forem considerados.