Essa é uma questão que muitos investidores fazem, pois é natural sentir-se mais confortável com a sensação de ter o dinheiro ao seu lado, em instituições com as quais estamos familiarizados.
No entanto, a frágil estabilidade política do Brasil do início do século intensificou-se, ano a ano, até tornar-se constante, em especial a partir de 2010: descontrole fiscal, explosão de casos de corrupção, impunidade aos mais diversos crimes, aprofundamento da polarização, indicação de novos ministros à mais alta corte diretamente da advocacia e sem nunca terem sido juízes têm sido apenas alguns dos componentes que agravaram nossa situação econômica, social, jurídica e política.
O Brasil passou a ter condições cada vez mais difíceis para seus habitantes. Aos que têm alguma capacidade de poupança e investimento, a sensação de insegurança e incerteza com relação ao futuro é crescente. Aos investidores estrangeiros, tornou-se um destino cada vez mais arriscado e de apostas especulativas.
Sob qualquer aspecto, o Brasil encontra-se em desvantagem quando comparado a outros países minimamente relevantes. Se combinados os diversos pontos de vista, nos encontramos em estado crítico:
Com exceção do agronegócio e da exploração de poucos minérios, a produtividade do país é baixa, não temos produtos competitivos e em geral enfrentamos um recorrente atraso tecnológico.
As leis, que vinham tendo algum alinhamento com as nações mais avançadas e com os novos hábitos de consumo e formas de produção, recentemente sofreram um retrocesso. Desrespeito à constituição, leis em excesso e confusas, decisões que anulam decisões anteriores de uma mesma corte, de forma retroativa.
A avidez exagerada por mais impostos, o estado mais uma vez com um ônus insustentável e sem as devidas contrapartidas e uma reforma tributária que torna a contabilidade ainda mais complexa.
A volta das pautas ideológicas na educação, um sistema unificado que não ensina, não educa e não forma cidadãos capazes, com resultados sofríveis em desempenho escolar que nos coloca entre os últimos do mundo.
A proteção exagerada a alguns setores da sociedade aprofunda uma divisão que nem deveria existir, aumenta tensões e nos faz, pouco a pouco, perder a identidade e os valores da nação.
O engessamento imposto pelas leis ambientais impede diversos empreendimentos e o progresso do país, ao mesmo tempo em que esquece de que investir em saneamento básico também é proteger o meio-ambiente.
O favorecimento de apadrinhados em inúmeros investimentos feitos pelo estado, com processos de concorrência decididos sem transparência e com superfaturamento.
O jogo político do congresso, com a frequente compra de apoio parlamentar, fazendo com que inúmeras decisões sejam tomadas atendendo a interesses pessoais dos políticos e em prejuízo do país.
Nossa moeda se desvaloriza em uma velocidade muito maior do que outras moedas no mundo. Em 1994, o Real foi criado em paridade com o Dólar, e hoje tem apenas 1/6 do valor da moeda americana.
A economia é eternamente maltratada, e o país não deixa a espiral de atraso em que entrou há cerca de 20 anos.
O questionamento acerca da segurança de investir no exterior é mais do que pertinente. Devemos sempre nos preocupar, buscar informações, analisar, consultar profissionais capacitados e nos certificar de que todos os aspectos a serem avaliados foram cobertos.
Mas, passadas essas etapas de forma criteriosa, ter patrimônio na maior economia do mundo, que mesmo em seu período mais conturbado manteve-se estável e seguro, é na verdade muito mais seguro do que no Brasil.
Instituições centenárias, altamente reguladas, um sistema jurídico sólido, coerente e que preza pela garantia de direitos fundamentais e a conversão do capital na moeda de maior liquidez do mundo, com poder de compra que se mantém ao longo dos anos, são apenas alguns dos aspectos que colocam os Estados Unidos em grande vantagem como destino de investimentos de cidadãos brasileiros. E não devemos esquecer de que, em caso de necessidade, a internacionalização de capital é reversível, de forma simples e ágil.