Trump 2025: tarifas, incertezas e o impacto na economia global

Desde a eleição no fim de 2024 o mundo aguardava novidades na política e economia mundiais. O já conhecido estilo Trump de governar, com seus ímpetos em que ele frequentemente é entendido como um político que leva qualquer questão para o lado pessoal, invariavelmente traz instabilidade ao mundo acostumado a comportamentos mais sóbrios, no qual a diplomacia comanda movimentos cuidadosamente estudados.

E o que temos visto desde que assumiu o poder tem sido um Trump 4.0: mais ‘ácido’, ainda mais ativo e contundente nas redes sociais, mais agressivo em negociações e procurando impor ao resto do mundo, de qualquer forma, sua própria agenda.

Trump

Os Estados Unidos, como maior economia do mundo, interferem de forma significativa no restante do planeta, principalmente na política, geopolítica e economia de inúmeros países. Apenas como exemplo, falas e publicações de Trump, muito próximas de ‘bravatas’, já alteraram o rumo das eleições no Canadá, ocorridas logo depois das americanas.

O episódio das tarifas comerciais, que fazem parte de um plano de redução do déficit fiscal americano, mostrou que a nova gestão está muito mais voltada a suas questões internas do que a parcerias com outros países. A diplomacia tornou-se menos importante e sinais disso podem ser vistos na forma como Trump tem conduzido outras questões como os investimentos na OTAN: seus países membros foram cobrados a investir até 5% de seus orçamentos na defesa da Europa, dobrando a obrigação anterior. Ao aplicar essa mudança, os Estados Unidos passam a ter uma menor necessidade de investimentos militares na área.

Essa mudança na OTAN vem em linha com a nova condução dos americanos na guerra Ucrânia x Rússia, que reduz o envio de armamentos aos ucranianos, e até mesmo à estratégia adotada na questão Israel x Irã, com o ataque cirúrgico feito pelos Estados Unidos às instalações de beneficiamento nuclear do país persa.

Mas Trump, ao mesmo tempo em que tem buscado formas de impor sua política e suas diretrizes econômicas, buscando reduzir a dívida (ou a velocidade em que ela cresce), também acabou de aprovar o que ele chamou de ‘Big Beautiful Bill’, um pacote de redução de impostos que poderá ter um efeito contrário, caso não sejam tomadas medidas de contenção de gastos. Se bem sucedida, a nova estratégia de tarifas pode, no longo prazo, trazer mais investimentos aos Estados Unidos, a assim como Europa pode comprar mais de seus armamentos e equipamentos militares para a OTAN, mas tudo ainda é muito incerto.

E em meio a tantas incertezas, característica da personalidade de Trump, até o Dólar pode entrar em um ciclo de desvalorização, que, para muitos, já foi iniciado. Apenas o tempo irá dizer o que temos reservado para os próximos meses e anos.

Assim, todas as decisões acerca de investimentos passam, obrigatoriamente, pela diversificação. A busca de ativos complementares em uma carteira equilibrada que ofereça um bom nível de proteção e cautela em qualquer cenário.

Para o investidor brasileiro, já bastante envolvido com as difíceis questões político-econômicas domésticas, ainda mais carregadas de incertezas, diversificar internacionalmente torna-se obrigatório.